Um segundo incêndio foi registrado na noite deste sábado, 31, em um terreno baldio ocupado por 80 pessoas no bairro de Canabrava. Desde o dia 16 deste mês, o grupo ocupa o espaço localizado na Rua Artêmio Castro Valente, ao lado do Colégio Papillon Nobre.
Um morador do assentamento, que não quis se identificar, disse que viu cerca de cinco “seguranças”, que teriam reclamado direito sobre o terreno, afirmando que “isto ia acabar”, se referindo à ocupação.
“Ontem [sábado, 30], antes de o fogo pegar no terreno, a gente tava subindo, assim que a gente chegou aqui em cima, minha sogra disse que tava pegando fogo lá embaixo, que tocaram fogo lá embaixo. Ontem tinha uns seguranças e quando a gente tava passando eles falaram que iam pegar o terreno para eles, que isso ia acabar [a ocupação]. Tinha uns cinco, mais ou menos.”, disse.
A ocupação é capitaneada pelo Movimento Nacional de Luta por Moradia. De acordo com a entidade, os ocupantes do terreno são pais e mães de família que, durante a pandemia do novo coronavírus, ficaram sem condições de pagar aluguel e ficaram desabrigados.
É a segunda vez que o terreno é incendiado, e em ambas as ocasiões os ocupantes afirmam se tratar de uma ação premeditada para expulsá-los do local. Desde o início da ocupação, os ocupantes denunciam uma série de agressões e assédios para desalojá-los.
Na última terça-feira, 26, os ocupantes receberam um documento do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), exigindo a reintegração imediata do terreno.
Segundo um representante do movimento, que não quis ser identificado, eles receberam o anúncio do processo de reintegração por "pessoas em um carro” que “mostraram armas como forma de ameaça".
Até o fechamento desta matéria, o Corpo de Bombeiros não se pronunciou sobre o ocorrido. Não há informações sobre se alguém ficou ferido.
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