Partidos buscam apoios e votos nas dez maiores cidades do interior
A um ano da disputa eleitoral pelo governo do estado, as principais lideranças políticas das dez maiores cidades do interior já estão posicionadas em um dos lados da batalha que começa a se desenhar entre o governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM). O CORREIO mapeou as articulações em torno das alianças com 54 caciques desses municípios, sendo que apenas cinco ainda estão em cima do muro sobre o apoio ao petista ou ao democrata em 2018, caso a disputa entre os dois se confirme na sucessão.
Embora o prefeito ainda não tenha se posicionado sobre a candidatura ao governo do estado, seus aliados já trabalham na articulação de líderes regionais nos maiores colégios do interior, de olho nos votos de 1,66 milhão de eleitores, fatia que representa 16% do total do estado. Entre os prefeitos, cinco estão com Rui, quatro com Neto e um ainda não escolheu lado.
Região Metropolitana de Salvador
Na Região Metropolitana de Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas já estão com os palanques preparados. No primeiro, o DEM voltou ao comando do município após 12 anos de governos petistas, com a eleição de Antonio Elinaldo. Além dele, no grupo de Neto também estão os ex-prefeitos Helder Almeida (DEM) e José Tude (PMDB), atual vice.
Do outro lado, está o grupo liderado pelo deputado federal Luiz Caetano (PT) e que conta também com o ex-prefeito Ademar Delgado (PCdoB). Mesmo rompidos, eles devem seguir unidos para buscar a reeleição de Rui. Ademar, contudo, teve rejeição de cerca de 70% da população, segundo pesquisas feitas no final do mandato, e há dúvidas na própria base governista sobre o tamanho do apoio dele.
Em Lauro de Freitas, o governador tem ao seu lado a prefeita Moema Gramacho (PT) e o vice-governador João Leão (PP), além da deputada estadual Mirela Macedo (PSD). Já Neto conta com o ex-vereador Mateus Reis (PSDB), derrotado ano passado na corrida pela prefeitura. O empresário Teobaldo Costa (PSDB) é outro cabo eleitoral do democrata no município. Influente na cidade, Teobaldo cogita uma candidatura a deputado.
Otimismo
O senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD e um dos principais articuladores do governo, é mais ponderado. “O cenário muda por minuto. Muita coisa pode acontecer até lá”, avalia. Otto ressalta que os prefeitos só vão transferir votos para o aliado – seja Neto ou Rui – se estiverem bem avaliados. Caso não, a liderança da oposição leva vantagem.
Ao contrário dos outros anos, o senador acredita que a eleição nacional não terá grande influência na estadual. “Nenhum candidato a presidente deve ultrapassar os 30% no primeiro turno, vai ficar todo mundo no mesmo bolo”, afirma Otto.
A vantagem de Rui, para o senador, é a boa avaliação, aliada aos apoios nos municípios. “A crise, embora profunda, foi contornada pelo governador aqui”, acrescenta.
Fonte: Correio da Bahia