
Com o feriado do dia das crianças, uma das mais procuradas opções de lazer são as praias de Salvador e Região Metropolitana (RMS). Segundo o Salvamar, responsável pela segurança e salvamento aquático dos banhistas na costa marítima, entre as praias do Jardim de Alah e Ipitanga, o número de crianças perdidas nas praias tem crescido. De acordo com o plantonista e agente de salvamento aquático, Ivan Serra, mais de 30 crianças se perderam dos pais ou responsáveis nas praias soteropolitanas entre o início de setembro e a primeira semana de outubro deste ano. Os salva-vidas alertam aos adultos para evitar os transtornos com o público infantil, principalmente os banhistas que vem de outras cidades em excursões.

Segundo Ivan, é esperado um grande número de pessoas também de cidades do interior da Bahia nesta segunda-feira (12). Ainda de acordo com o plantonista do Salvamar, curiosamente as crianças seguem uma direção quanto se perdem. “No tempo que existiam as barracas, as crianças se confundiam com as cores dos sombreiros e saiam procurando os pais nesses estabelecimentos. Atualmente elas terminam seguindo na direção a favor do vento. Já tiveram crianças que se perderam em praias como Piatã e vieram até Patamares”, explica.

Ivan ainda explica que quando, o salva-vidas encontra uma criança perdida na praia, essa criança fica em um posto até que os pais apareçam, caso não consiga encontrar os pais, os banhistas mirins, são encaminhados para o Juizado de Menores, Conselho Tutelar ou a delegacia mais próxima. “Infelizmente, devido à quantidade de crianças que se perdem em um dia como, o dia das crianças, os salva-vidas terminam absorvendo uma atribuição a mais, o que dificulta se dedicar exclusivamente a sua atribuição principal, que é prevenir os banhistas contra afogamentos e realizar resgates”, comenta.

Neste domingo (11), que antecede o dia das crianças, a mãe de uma menina de 10 anos foi à base do Salvamar, em Patamares, a procura da filha, que teria se perdido na mesma praia, na direção do Circo Picolino. Os salva-vidas orientaram que ela procurasse nos postos do órgão do salvamento aquático na região em que a garota se perdeu.

Os salva-vidas orientam aos adultos que redobrem atenção com as crianças na praia, principalmente nesta segunda-feira (12). “Não deviem a atenção dos filhos, não os deixe sumir do campo visual. Se possível coloque uma pulseira com telefone dos pais e o nome da criança. As crianças que vem em excursões de outras cidades também devem ser preferencia, identificadas e os adultos devem estar acompanhando as mesmas, para evitar que se percam e também corram risco de afogamento. Sempre ao chegar a praia se dirigir a um posto Salva-vidas e procurar informações sobre as condições da praia”, orienta Ivan.

Entre os motivos os quais podem levar uma criança a se perder dos pais nas praias, os salva-vidas destacam a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas. “Nós percebemos muitas vezes, quando encontramos os pais, eles estão se divertindo ingerindo bebidas alcoólicas, em alguns casos, com excesso. Isso faz com que eles dispersem a atenção com os filhos e aumenta o risco das crianças se perderem. Muitas crianças se perdem na praia olhando para uma pipa no céu e caminhando. Sem ver o caminho percorrido, terminam passando da direção dos pais e quando percebem já estão fora do alcance dos adultos, antes em sua companhia. Se os pais se distraem também, o risco aumenta”, disse Ivan.

Outro perigo para as crianças na praia que os salva-vidas proíbem, são as boias, colchões de ar e brinquedos infláveis. Os pais não devem levar estes objetos para as praias. “Com esses objetos, as crianças são facilmente sugadas para uma correnteza, aumento o risco de afogamento”, alerta Ivan. O aluguel de colchões e brinquedos infláveis nas praias é proibido em Salvador.

O técnico em segurança do trabalho, Valmir Lima, 44 anos e a esposa, a turismóloga, Manuela Bispo, 33 anos, pais da pequena Janaína Alves dos Santos, 9 anos, afirmam tomar todos os cuidados e que a orientação é a melhor forma de prevenir os problemas com as crianças na praia. “Além de ficar de olho, os pais devem orientar bem os filhos. Como agir em uma situação de se desencontrar dos pais. Aqui na praia, deve procurar os salva-vidas ou até um policial. Ela sabe o endereço, nossos nomes completos e o telefone de casa”, disse Manuela.
Na companhia do pai Valmir e a mãe Manuela a pequena Janaína Alves dos Santos, 9 anos, mostrou que aprendeu bem o que pais ensinaram. “Quando vou tomar banho, eu fico de olho na direção que meus pais estão e fico olhando para ver se eles estão me chamando. Se eu não encontrar eles, eu vou procurar os Salva-vidas ou a polícia e digo meu nome, o nome deles, meu endereço e telefone dos meus pais”, explica Janaína.
O Salvamar tem a previsão de trabalhar nesta segunda-feira (12), com 86 postos e mais de 200 agentes de salvamento aquático, duas motocicletas aquáticas e três botes a motor, para a demanda desta segunda-feira (12). Segundo os salva-vidas, a tábua da maré indica que no dia das crianças, a baixa-mar é 0,2 m, às 9h19 e o melhor horário para o banho de mar é até o meio dia. A preia-mar, conhecida como maré alta, está prevista para as 15 horas.

Praias mais perigosas e correntes de retorno
As correntes de retorno são móveis e maior risco de afogamento. “Essas correntes de retorno se deslocam na maré, em conjunto com as rebentações formando canais que sugam o banhista. No caso de cair em uma dessas correntes o banhista deve manter a calma, nadar em posição horizontal e pedir socorro”, orienta Ivan.

As praias que incidem mais correntes de retorno são a de Jaguaribe, Piatã e Farol de Itapuã, além das praias de Jardim de Alah, Stela Maris e Flamengo, também consideradas perigosas. Ao chegar a praia o banhista deve procurar o posto mais próximo do salva-vidas e se informar sobre as condições do mar. Entre janeiro e os primeiro dias de outubro, o Salvamar registrou 790 ocorrências. Setembro liderou com 198 pré-afogamentos. No primeiro semestre 2015 foram registrados cinco óbitos.


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